terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Yamaha RD 350, a famosa e admirada "viúva negra"

Última versão nacional RD 350 R 1992, que deixou muita saudade.


A clássica e temida RD 350, ao contrário do que muitos afirmam , teve sua história iniciada no final dos anos 50, mais precisamente em 1957, no Japão, berço da Yamaha, como um projeto para competições. A primeira de todas as motocicletas a ostentar a poderosa e imponente sigla RD (R de Racing e D representava a 250 cc), foi uma máquina desenvolvida para o Campeonato Mundial de Velocidade de 1961, e chamava-se RD 48. No ano seguinte, foi lançada a RD 56, já com o famoso câmbio de seis velocidades.

RD 350 1973, o início de um mito no Brasil.

No ano de 1973, a Yamaha lançou sua linha RD, com os seguintes modelos: 250, a 350 e as menores RD90, RD125 e RD200. Mas foi a 350, conhecida como “viúva negra” que se tornou um símbolo nacional, pois, mesmo com uma cilindrada inferior, fazia frente às temidas CB750 da Honda, pois aproveitava ao máximo duas características, maior leveza e motor dois tempos. Em sua evolução, foram adicionadas tecnologias como: disco na roda traseira (importante, pois ela sempre andou muito mais do que poderia parar), ignição eletrônica CDI, e passou a trabalhar com refrigeração líquida (por isso a famosa inscrição em sua lateral Liquid Cooled).

RD 350 Export 1989, com ela aprendi o que é realmente acelerar!

Mas certamente a maior inovação tecnológica desta lenda foi a adoção do sistema YPVS (Yamaha Power Valve System) ou sistema de válvulas especiais da Yamaha, que consiste em um sistema de válvulas que fecha a saída do escapamento, controlada por um motor elétrico, acionado eletronicamente. Este sistema aumenta o rendimento em baixas rotações, aumentando o torque neste regime de RPM (abaixo dos 5000), tornando a moto menos arisca, abaixo desta rotação. Porém, após os 5 mil RPM, é aberto um segundo estágio no acelerador, e a coisa começa a ficar divertida. Lembro-me que aos 13 anos de idade eu descobri a sensação de ultrapassar este estágio, em um dia que deixei minha DT 250 ano 1974 na garagem e pedi emprestado ao meu pai, que possuía uma RD 1989 preta. Poucos dias em minha vida ficaram tão marcados em minha memória, pois a velocidade, aliada ao ronco estridente do motor dois tempos me fazem ficar arrepiado só de lembrar a ocasião. Ótimos tempos.

Meu pai e sua RD “carenada” em maio de 1975, descendo a serra da Graciosa.
Durante minha vida, principalmente na infância, convivi com algumas destas máquinas, pois meu ídolo (que também chamo de pai) teve a felicidade de possuir alguns exemplares destas maravilhas em duas rodas. Em minha contas, foram pelo menos 5 delas, duas 350 da década de 70, uma exclusivíssima RD 400 ano 1976 e mais duas carenadas, uma branca 1986 ( a primeira de Curitiba) e uma preta 1989. Eu e meu pai com a RD 350 cor tijolo 1975, reparem a alegria do aprendiz de piloto (foto de 1981) Meu irmão Rodrigo “pilotando” a RD 400 1979 ( talvez uma das únicas do Brasil) E assim como nós, as motos também evoluem, e um dos ícones da linhagem RD que jamais foi vendida no Brasil, permanece em minha mente como um sonho de consumo. Falo da RD 500 V4, lançada em 1986 (junto com as primeiras 350 carenadas no Brasil). Essa máquina consiste em praticamente dois motores de RD, que possuíam dois cilindros, juntos em um fantástico V4 de dois tempos, 499cc, 88 HP e atinge cerca de 230 km/h.

E finalmente sua evolução, a RZV modelo 2008 com 135 HP que transmite a essência de esportividade das primeiras RDs, e carrega consigo a responsabilidade de dar continuidade a um mito, que para nós brasileiros teve sua produção encerrada em 1992, e nos deixou muita saudade e ótimas lembranças.

8 comentários:

Anônimo disse...

Como,culpado desta paixãoque meus filhos teem por motocicleta,posso falar do medo que tive de ver meus filhos crescerem com vontade de acelerar as minhas RDs. Quando eles comecaram a pedir emprestado,me senti obrigado a vende las,e ficar só com as motos mais calmas,para poderem aprender com o menor risco possivel.Um pai que queiria que gostasem mas ciente do perigo.
assinado pai

José Antonio Garcez disse...

Mesmo longe das RDs ou máquinas mais potentes, sempre aprendemos a respeitar uma motocicleta, pois memo não sendo a mais potente, um pequeno descuido pode ser perigoso. Mas, conforme aprendi em casa, devemos pilotar sempre equipados, com calça, sapato fechado ou botas, jaqueta mesmo no calor,e sempre um capacete apropriado, pois amar a velocidade é valido, mas temos que prezar a segurança, para podermos curtir sempre! Valeu o comentário, pai.

Anônimo disse...

Cara...manero em...fico louco pelas viuvas negras.... nunca tivea oportunidade de andar com uma delas, mas vejo as fotos deliro.... tenho uma rd 135, estou começando a restaura-la... quero deixar ela bem original. Meu irmao tinha uma RD 125, cara toda adaptada, a suspensão e rodas da Cb 400, era uma loucura...Saudades desse tempo.
abraço...
Cleiton (MT) Brasil...

Anônimo disse...

em poucas palavras vou dizer para vcs uma das melhores coisas da minha vida foi ter pilotado uma em 1992 nunca mais toquei em uma moto quase entrei dentro do onibus 474

Anônimo disse...

Caros Amigos sacripantas cretinos e safados apaixonados por essa belezuras assassinas que deixaram muitos de nós borrarmos as calças com a potência dessa máquina ótimo postar meu comentário aqui seus bixinhas loucas"""

abração

galera!!!!!

jrsadv disse...

Pois é Zé, quem teve ou quis ter uma dois tempos, decerto sonha com as RD's. Eu tive várias nos anos 80 e agora, depois de quase 20 anos, estou restaurando uma 350 ano 87. Vai ficar como capa de revista. Pode me cobrar...

Abração a todos da 'quadrilha da fumaça'!

jrsimoes - SP

Anônimo disse...

Olá meus caros, apreciadores de motocicletas, também curto bastantes estas maquinas inesquecíveis, e estou no seguimento de motocicletas a mais de três décadas e só tenho a curtir a nostalgia destas belesuras, pois afinal os fabricantes na galopante e famigerada gulodice do capitalismo esquecem que certas maquinas são uma obra de arte que entram e marcam nossas vidas para sempre e acabam nos deixando órfãos ao longo do tempo.
Abraços de Frank ... ES

José Antonio Garcez disse...

Amigos: Cleiton,jrsimoes, Frank e os que não assinaram!

Obrigado pelos comentários. Realmente as RDs e demais máquinas de 2 tempos ficaram na memória de todos os que já tiveram a oportunidade de ter ou mesmo pilotar uma, mesmo que por alguns minutos!

Abraços!